diarreia e sua abordagem

Diarreia, como abordar?

A diarreia caracteriza-se pelo aumento do número de evacuações ao dia e pela redução em sua consistência, podendo ser líquida ou pastosa.  A diarreia é uma das causas mais comuns de desidratação, consequência esta mais preocupante em crianças.

 

CAUSAS

As causas da diarreia são diversas, podendo variar desde infecções bacterianas e virais, parasitoses intestinais, intoxicações e intolerâncias alimentares.

Alguns medicamentos podem ser causadores de diarreia tais como antiácidos, antibióticos, altas doses de vitamina C e quimioterápicos.

Intolerância a lactose também é causa de diarreia, manifestando-se somente quando leite e derivados são ingeridos.

A doença celíaca, ou intolerância ao glúten, causa diarreia intensa e muitas vezes associada a déficits de crescimento em crianças e acentuado emagrecimento.

É um sinal presente em 100% das doenças inflamatórias intestinais e pode também estar associada a doenças sistêmicas, tais como o diabetes.

 

TIPOS DE DIARREIA

A diarreia pode ser classificada de acordo com sua cronologia.

A diarreia aguda tem inicio repentino e duração rápida. Os sintomas são variáveis, desde leves com diarreias de pequeno volume, até as mais graves que cursam com febre, desidratação, náuseas e vômitos.

As diarreias crônicas tem duração mais prologada, podendo ser volumosas ou não. De um modo geral, tais formas requerem uma investigação mais minuciosa.

 

MANEJO CLÍNICO DA DIARREIA

É primordial, ao se constatar o quadro diarreico, hidratar e aliviar os sintomas associados, tais como febre e dor.

Na investigação diagnóstica deve-se determinar o tempo de sintomas, características das fezes, presença de elementos anormais (tipo sangue, muco ou restos alimentares), histórico dietético, viagens recentes, condições de saneamento e higiene pessoal e uso de medicamentos.

Em momento algum deve-se usar medicamentos como antibióticos, antiinflamatórios e constipantes. Na verdade, estes grupos de medicamentos podem agravar e prolongar os sintomas.

Probióticos e fibras alimentares solúveis podem ser indicados, sob supervisão médica, como auxiliares do tratamento.

 

SITUAÇÕES ESPECÍFICAS

Em algumas situações, sobretudo naquelas em que a diarreia é intensa e prolongada, algumas situações devem ser pesquisadas.

  • Doenças Inflamatórias Intestinais: cursam geralmente com presença de sangue ou muco nas fezes diarreicas e emagrecimento.
  • Supercrescimento Bacteriano de Intestino Delgado: situação em que existe um desequilíbrio duradouro na microbiota intestinal, havendo um crescimento exagerado na população de bactérias do intestino. Comum em pacientes com diabetes, pacientes obesos pós cirurgia bariátrica e idosos.
  • Disautonomia: condição que pode estar presente em pacientes diabéticos e que se caracteriza por uma irregularidade na movimentação intestinal e muitas vezes perda fecal involuntária.
  • Infecção pelo Clostridium dificille: Bactéria presente na microbiota intestinal normal, mas que, quando em desequilíbrio, causa diarreias graves. Comum em pacientes internados, institucionalizados e que usaram algum tipo de antibiótico recentemente.
  • Intolerância a Lactose: condição que ocorre quando a lactase, enzima que quebra o carboidrato d0 leite (lactose) em glicose e galactose, está reduzida ou usente.
  • Doença Celíaca: condição em que a absorção dos nutrientes pelo intestino está prejudica pela destruição que o glúten pode gerar na mucosa intestinal.
  • Tumores do Intestino: podem cursar com sintomas variados, desde diarréia ou constipação intestinal, além de emagrecimento progressivo.

 

RECOMENDAÇÕES

  • Beba muito líquido, de 2 a 3 litros por dia;
  • Jamais deixe de comer. Tal medida pode agravar o quadro de desidratação. Prefira ingerir arroz, caldos de carne magra, bananas, maçãs e torradas. Esses alimentos dão mais consistência às fezes;
  • Evite saladas e bagaços de frutas, devido ao alto teor de fibras insolúveis que podem piorar a diarreia;
  • Evite alimentos gordurosos, refrigerantes e bebidas alcoólicas;
  • Não consuma adoçantes a base de sorbitol;
  • Lavar as mãos e cuidar bem da higiene alimentar são medidas preventivas.

Procurar um profissional médico capacitado é sempre indicado para a melhor e mais rápida solução da diarreia e a pronta recuperação clínica.

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