hepatite medicamentosa

Hepatite Medicamentosa: Um Alerta

Muito pouco se comenta, mas a hepatite medicamentosa é uma doença cada vez mais diagnosticada. E quando se fala em automedicação, a população brasileira talvez seja a campeã mundial, pois a frequência de uso de medicamentos de forma não indicada tem aumentado de forma alarmante.

Parentes, o colega de treino ou o balconista da farmácia se tornaram corriqueiros prescritores, o que aumenta a incidência desta doença. Mais de 900 medicamentos orais e injetáveis, toxinas e ervas foram relatados como causadores de hepatites medicamentosa, que é uma lesão caracterizada pela inflamação e morte de células hepáticas, fato este que leva a disfunção deste órgão.

 

Uma estatística assustadora

Cerca de 10% dos pacientes com hepatite medicamentosa evoluem para óbito ou necessidade de transplante de fígado. Ou seja, em cem pessoas que consomem um determinado medicamento sem indicação ou prescrição, cerca de dez podem ter a necessidade de um transplante hepático ou morrer.

Os exames de função hepática na hepatite medicamentosa podem permanecer alterados por cerca de seis meses, em até 20% dos casos. A cirrose pode ocorrer em cerca de 3% destes pacientes. É pouco, mas a cirrose é uma doença que mata, somente é curada com transplante de fígado e, antes de matar, leva a um sofrimento descomunal.

 

Sintomas da Hepatite Medicamentosa

Os sintomas são altamente variáveis, pois vão desde a elevação assintomática de enzimas hepáticas até insuficiência hepática fulminante, patologia grave, letal, cujo tratamento é o transplante.

Os sintomas mais comuns na hepatite medicamentosa são:

  • Icterícia (amarelão);
  • Febre;
  • Dor abdominal;
  • Sonolência e hemorragias em casos mais graves.

Algumas patologias podem predispor a hepatite medicamentosa, pois também afetam o fígado:

  • Alcoolismo e associação com o uso de outros medicamentos;
  • Diabetes;
  • Desnutrição;
  • Obesidade e Esteatose Hepática.

Componentes relacionados a Hepatite Medicamentosa

Todo medicamento metabolizado pelo fígado, pode causar hepatite medicamentosa. Esta doença, em muitas vezes, não depende da dose do medicamento, pois pequenas doses causam a lesão. Já outros medicamentos, como o paracetamol, podem causar hepatite medicamentosa, sobretudo quando utilizado em doses mais altas.

O uso frequente e indiscriminado de anabolizantes aumentou a incidência de hepatite medicamentosa entre jovens. É válido ressaltar que a incidência de hepatites virais, sobretudo a B e a C, cresceu neste grupo devido ao compartilhamento de seringas.

Medicamentos fitoterápicos tem sua contribuição nos números da hepatite medicamentosa. Chás, como o de Confrei, podem levar a uma doença hepática pois causam obstrução de seus vasos (doença veno-oclusiva) de 19 a 45 dias após o seu consumo.

Outros chás podem ser agentes da hepatite medicamentosa:

  • Cavalinha;
  • Kava-kava;
  • Ma-huang;
  • Chá verde;
  • Valeriana;
  • Cáscara sagrada;
  • Unha de gato;
  • Chaparral.

Tratamento e Prevenção

Evitar automedicação é o primeiro passo para prevenção de hepatite medicamentosa. O conhecimento dos agentes comumente implicados e o alto índice de suspeita são essenciais pois auxiliam no diagnóstico e no estabelecimento de uma terapêutica precoce. Um banco de dados útil para pesquisa de fármacos correlacionados a hepatite medicamentosa é o Liver Tox.

Ao primeiro sinal de doença hepática deve-se procurar de imediato um pronto atendimento, pois é uma doença grave. A internação hospitalar, quando indicada, deve ser feita com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar (gastroenterologista/hepatologista infectologista, clínico e equipe de terapia nutricional) em um hospital que possua um centro de terapia intensiva.

Procure sempre um médico, pois este é o profissional capacitado a lhe auxiliar. Informe-o sobre qualquer medicamento ingerido, pois isso auxilia o monitoramento dos sinais clínicos e os exames laboratoriais. Quando qualquer sintoma de qualquer doença não melhora, a indicação é rever o diagnóstico para se estabelecer uma nova conduta. Nunca use medicamentos sem indicação médica. O bom senso, adequada utilização de informações e autocuidado são atitudes fundamentais pois levam a uma vida plena e a prevenção de doenças.

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