O ômega 3 é um tipo de gordura da família dos ácidos graxos poliisaturados. Dita uma gordura saudável, ele traz grandes benefícios ao coração e ao cérebro.
Hoje em dia, o ômega 3 tem sido usado largamente, muitas vezes sem uma indicação precisa, sempre com a velha prerrogativa “uso pois falam que é bom”.
O QUE É?
As gorduras são classificadas como:
- Ácidos graxos saturados ou “gorduras ruins”.
- Ácidos graxos monoinsaturados e polinsaturados ou “gorduras boas”.
O ômega 3 é uma gordura boa. Ela tem como função primordial a proteção cardiovascular. É encontrado sobretudo em peixes como o salmão, a sardinha, atum, trutas e anchovas. Outros alimentos que são ricos em gorduras boas são as nozes, o azeite, abacate, castanhas, gergelim, linhaça e sementes de girassol.
FUNÇÕES DO ÔMEGA 3
Nas doenças circulatórias, o ômega 3 pode gerar uma ligeira elevação no HDL que é o bom colesterol. O consumo de duas porções semanais de algum peixe rico em ômega 3 é o suficiente para cumprir esta função, podendo também ter efeitos sobre a redução da pressão arterial.
Para o cérebro, o consumo regular de ômega 3 pode prevenir a incidência de AVC. Além disso, ainda de forma incerta, o consumo regular pode prevenir ou mesmo retardar a progressão de demências como o Alzheimer.
A ação antiinflamatória do ômega 3 ainda é alvo de muitos estudos. O seu uso na doença inflamatória intestinal ou em doenças reumatológicas, como a artrite reumatoide e o lúpus, ajuda a reduzir a sintomatologia. No entanto, o seu uso isolado, sem o tratamento específico não é indicado e tampouco substitui uma dieta saudável.
RECOMENDAÇÕES
Populações que têm o hábito de consumo semanal de peixes de mar, não precisam de suplementação com o ômega 3.
Em relação ao uso de comprimidos de ômega 3, é importante observar a concentração de EPA e DHA nestes comprimidos. A dose diária recomendada de EPA + DHA é de 500 mg, o que pode ser obtida através de 1 ou 2 comprimidos por dia de óleo de peixe.
O fato é que, para se atingir os efeitos descritos do ômega 3, recomendam-se doses altíssimas, de até 10.000mg. O problema é que a partir da dose de 3.000 mg por dia, os efeitos colaterais são frequentes. Diarréia e náuseas são efeitos descritos e levam ao abandono do uso.
Estas doses elevadas podem aumentar o risco de sangramento em pacientes que usam anticoagulantes. O uso nestes paciente deve ter uma vigilância redobrada.
Nenhum medicamento deve ser utilizado sem que haja uma avaliação profissional antes. O fato de ser dito que é algo “natural” não invalida, de forma alguma, a consulta médica para se determinar a viabilidade da prescrição.