A gastrite é a inflamação da parede do estômago. Referir-se aos sintomas de má digestão, dor no estômago, azia ou queimação como gastrite não é de todo correto. O termo mais adequado a se utilizar é dispepsia. No entanto, como já é de hábito utilizar tal terminologia, podemos seguir dessa forma.
Classificação da Gastrite
As gastrites se subdividem em dois grandes grupos:
A gastrite erosiva é mais grave e consiste na inflamação e corrosão do revestimento gástrico.
A gastrite não erosiva é caracterizada por alterações no revestimento gástrico que variam de desgaste (atrofia) até a transformação do tecido gástrico em outro tipo de tecido intestinal (metaplasia).
Causas
Há inúmeras causas para a gastrite, a mais comum é a má alimentação crônica. Dietas ricas em sódio e carboidratos simples são grandes causadores.
A primeira víscera que está quase que diretamente ligada ao ambiente externo é o nosso estômago. Ou seja, situações de estresse, ingestão de alimentos de má qualidade nutricional geram sintomas desconfortáveis gástricos.
Ela não ocorre por aumento da acidez gástrica. Na verdade o ácido gástrico tem funções importantes em nosso organismo. Ele digere o alimento presente no estômago, inativa germes nocivos ao intestino e atua sobre o equilíbrio da microbiota intestinal. As gastrites ocorrem principalmente devido a uma lesão na barreira de muco que protege a mucosa gástrica.
Outras causas correlacionadas a gastrite são:
- Medicamentos: AAS ou antiinflamatórios
- Infecções:H.pylori
- Doenças Inflamatórias: D. de Crohn e radiações
Complicações
A gastrite é um doença benigna que tende a se resolver após o tratamento das patologias de base, correção da alimentação e o uso temporário de medicamentos antiácidos ou redutores de acidez.
Quando não tratada de forma adequada, pode evoluir para úlceras. Com o advento dos inibidores de bomba de prótons (IBP) é rara a perfuração destas úlceras.
Certos tipos de gastrite, sobretudo as denominadas atróficas, cursam com anemia. O estômago, além do ácido, secreta uma substância chamada “Fator Intrínseco” que auxilia na absorção de vitamina B12 no intestino delgado.
Uma pequena porcentagem das pessoas com gastrite atrófica desenvolve metaplasia. Em uma porcentagem ainda menor de pessoas, a metaplasia pode conduzir ao desenvolvimento de câncer de estômago. Nestes casos, acompanhamento gastroenterológico e endoscópico periódico é fundamental.
Tratamento
O paciente com gastrite é tratado com uma dieta saudável. Evitar alimentos ricos em sódio é o principal. Reduzir consumo de carboidratos simples, gorduras saturadas e aumentar o consumo de fibras também são medidas a serem adotadas.
O uso de medicação antiácida ou redutores da secreção de ácido gástrico pode ser instituído como medida terapêutica. Lembrando que este paciente deve ser muito bem orientado sobre o tempo limitado de uso destes medicamentos. Caso haja a necessidade de prolongamento deste uso, reavaliações clínicas periódicas devem ser feitas.
A regra de ouro na tratamento é deixar claro que gastrite se trata com uma alimentação saudável, associada ou não ao uso de medicamentos. O uso prolongado destes medicamentos não é recomendado. Consulte sempre um gastroenterologista para uma clara orientação de tratamento e acompanhamento.