obesidade e gravidade

A obesidade é uma doença grave?

A obesidade, por definição, é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de tecido gorduroso acumulado no organismo.  A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a obesidade baseando-se no índice de massa corporal (IMC) definido pelo cálculo do peso corporal, em quilogramas, dividido pelo quadrado da altura, em metros quadrados (IMC = kg/h2(m)). A obesidade é caracterizada quando o IMC encontra-se acima de 30 kg/m2.

O IMC é falho para se definir classificações de adequação de peso, já que alguns indivíduos tem peso excessivo devido a preponderância da massa muscular. Outros, mesmo com o peso normal, tem uma quantidade percentual de gordura corporal elevada.

 

Qual a gravidade da obesidade?

Há alguns anos, não sabíamos, ou mesmo não atentávamos, que o excesso de gordura corporal não causava apenas um aumento no peso, mas uma série de alterações no metabolismo corporal. Houve uma época que o excesso de peso corporal era associado a saúde.

A obesidade, de fato, é uma condição de risco nutricional. Geralmente estes indivíduos ingerem alimentos ricos em carboidratos simples,  no entanto, deficientes em proteínas,  vitaminas, fibras e micronutrientes.

Hoje é bem claro que não existe obeso saudável. Toda condição de obesidade implica em riscos. Por tal motivo e pela crescente incidência, considera-se como um problema de saúde pública. Cerca de 20% da população brasileira é obesa.

São vários os distúrbios causados pela obesidade:

  • Doenças cardiovasculares: hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, doença cérebro-vascular, trombose venosa profunda;
  • Doenças endócrinas: diabetes mellitus tipo II, dislipidemia, hipotireoidismo, infertilidade;
  • Distúrbios respiratórios: apneia obstrutiva do sono, doença pulmonar restritiva);
  • Distúrbios gastrointestinais: hérnia de hiato, doença do refluxo, cirrose, esteatose e colecistite;
  • Distúrbios dermatológicos: estrias e papilomas;
  • Distúrbios músculos-esqueléticos: como osteoartrose e defeitos posturais;
  • Neoplasias: câncer de mama, próstata, estômago ou cólon;
  • Distúrbios psicossociais: sentimento de inferioridade e isolamento social;
  • Aumento do risco cirúrgico e anestésico;
  • Diminuição da agilidade física.

 

Síndrome Metabólica

A sídrome metabólica representa um grupo de fatores de risco cardiometabólico que incluem a obesidade abdominal, aumento da pressão arterial, da glicemis de jejum e triglicerídeos, com redução do HDL (o bom colesterol). Esta síndrome  está associada a uma maior incidência de doenças cardíacas tais com infarto, além de uma maior mortalidade.

A obesidade abdominal tem uma correlação forte com o risco de diabetes. Estudos mostram que diabetes, doenças arteriais, sedentarismo, dietas ricas em carboidratos, aumentam o risco da síndrome metabólica.

Redução de peso, intervenções sobre o estilo de vida, sobretudo cessação do tabagismo e atividade física regular, correlacionam-se significativamente com a melhoria da síndrome metabólica.

 

Obesidade e Custos

O impacto para o sistema de saúde é expressivo. O Brasil gasta cerca de R$ 16,9 bilhões por ano com tratamentos de problemas relacionados à obesidade, como asma, hérnia de disco e distúrbios cardiovasculares.

Os números reunidos pelo Ministério da Saúde mostram que os efeitos da obesidade já são sentidos. O diabetes, por exemplo, cresce de forma expressiva. Entre 2006 e 2017, os registros subiram 49% entre a população de 25 a 34 anos. Com isso, os gastos tendem a se acentuar ainda mais.

 

Conclusões

É fato que a obesidade é uma doença crônica grave e que precisa ser tratada de imediato. A abordagem deve ser multidisciplinar e a equipe deve estar plenamente engajada no processo de tratamento do paciente. Terapia nutricional e medicamentosa deve ser instituída.

A cirurgia de redução do estômago, chamada também de cirurgia metabólica, deve ser oferecida ao paciente no momento correto. Toda a implicação de riscos e benefícios deve ser aclarada. O acompanhamento nutricional pré operatório deve ser instituído o mais precocemente possível, para que o sucesso do procedimento seja alcançado e o reganho de peso pós-operatório evitado.

A assistência psicológica é fundamental. É importante que sentimentos de derrotismo, vitimização e inércia sejam profundamente explorados e tratados. Expressões pejorativas, apologias ou condenações devem ser taxativamente evitadas.

O paciente deve ser empoderado e incluído totalmente no processo. Deve ser salientado ao mesmo que o processo de cura está em suas mãos.

E sempre a velha máxima deve ser repetida, o melhor tratamento é a prevenção. Atenção as dietas de transição que são oferecidas após o desmame (que deve ser feito no tempo correto), atividade física regular e desde sempre e uma alimentação saudável, isenta de alimentos processado são medidas preventivas pertinentes e eficazes.

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